27/11/08


Canção

Limiar de ser
entre sombra e voo
à face de ser
pouco mais que sopro

Sem saber se é
criatura ou ar
entre o não sei quê
e o saber voar

Todo iluminado
feito só de errância
conhece o acaso
e a circunstância

Ténue passageiro
de um gesto a lembrança
no seu voo ei-lo
como uma criança

Sem rosto nem rasto
despido de branco
voa contra o vento
ébrio de ser anjo.

Bernardo Pinto de Almeida in e outros poemas

14 comentários:

Fred Matos disse...

Belo poema.
Belo blog.
Parabéns!

hfm disse...

Belíssimo, minha amiga, então a 1ª quadra... de suster a respiração.

sofialisboa disse...

não conhecia, belo poema. sofia

duarte disse...

voam cada vez mais contra o vento...
é um belo poema.
duartenovale

Entre "linhas" disse...

Um rosto sem rasto varrido pelo vento áspero entre sombras e voos...
Espectacular este poema,descinhecia-o.
Bjs Zita

nana disse...

abraço

de vôo

em asa

de vento



...



@-,-'-

hfm disse...

Somos trapezistas no nosso próprio espaço.
Podes mandar-me o teu mail para o mail da Linha de Cabotagem III?

vida de vidro disse...

Quanta beleza nesse voo de palavras! **

hfm disse...

Vamos lá a fazer o que te pedi em cima...

Homem sem rosto disse...

Confeso que não conhecia, mas é de facto um magnifico poema, parabens

Maria Clarinda disse...

Obrigada pela partilha, lindo o poema.Jinhos mil

samuel disse...

Não se chama "canção" por acaso. Grande ritmo!

Abreijos

~pi disse...

ébrio de ser anjo,

porquê se já

é!? :)




BEIJO




~

hfm disse...

sobre o Atlântico já vai...