23/12/09

Feliz Natal


Falavam-me de amor

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.

Natália Correia in O Dilúvio e a Pomba

1 comentário:

hfm disse...

Bela escolha, minha amiga. E que final!

Boas Festas para ti e que o "menino" que não sabe do seu ofício viva sempre dentro de ti.