10/07/10


dá-me os teus olhos

eles são lagos, crateras de atenção, e a tua boca na minha torna o meu vestido num fragmento de mim, tecido-terra por onde circula a claridade

dá-me os teus olhos

esta é a hora temperada de excepcionalidade, de um não-pensar, via da consolação e dom, momento em que nada se disse e não importou

dá-me os teus olhos, só assim serei alguém de amor


Ana Marques Gastão

2 comentários:

hfm disse...

Não conhecia e como gostei!

samuel disse...

Muito bonito!
Se até a roupa se funde no corpo...

Abreijo.