Soubesse eu ao menos...
Soubesse eu ao menos
- mas quem sou eu
de quem a voz que fala no poema?-
dizer-te neste dia
- mas quem és tu
quem tu a quem este poema se quer fala?-
o quanto a tua voz
não estando aqui
batendo junto à minha voz
como se uma fosse só da outra o vasto eco
me deixa abandonado
como se só essa voz- a tua voz
fosse sopro e forma de mim mesmo
a tua voz que inunda
a tua voz que percorre
por dentro das veias
a tua voz
que quando em mim a ouço
correndo-me por dentro como o sangue
se faz da minha a origem
em mim se faz princípio
me dá o encantamento de ser dia
outra vez
essa voz que sendo tu e eu ao mesmo tempo
me retira da Noite em que obscuro
permaneço sem nome e até sem rosto
sem forma nem princípio
assim se cala.
Bernardo Pinto Almeida in Depois que tudo recebeu o nome de luz ou de noite
08/04/08
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14 comentários:
como abenço ar
este poema é lindo. ;) um beijo.
"essa voz que sendo tu e eu ao mesmo tempo
me retira da Noite em que obscuro
permaneço sem nome e até sem rosto
sem forma nem princípio
assim se cala. "
e + não digo; mentira, Muito obrigada.
Não te vou dizer que sou...
Não te vou dar a conhecer a minhas voz...
Mas deixo-te estas minhas palavras...
E quem sabe elas te levem até mim...
Beijinho
Que beleza . É tão bom o prazer a descoberta, mesmo que ela seja feita pelos amigos. Gostei .
Um beijo
soubesse ao menos eu, nada para poder descobri
Excelente poema. E mais um poeta que descobri. Graças a ti.
Lindo poema. Obrigada pela visita.
a urgência turquesa atravessada do mantra ecoando as canelas dos pneus
fumegando:
e porém talvez futuramente
Querida Ad Astra,
lindo poema que levo para a noite...
Brigados por esta partilha!!!
bjkas!!
"Soubesse eu ao menos
quem sou
e de quem a voz do poema,
dizer-te
quem és
e a quem este poema fala.
o quanto a tua voz
me deixa abandonado
como se fosse sopro e forma de mim mesmo
voz que inunda
que percorre
por dentro das veias
voz
que em mim ouço
que me corre por dentro como o sangue
essa voz que
me retira da Noite
e sem forma nem princípio
se cala".
"essa voz que sendo tu e eu ao mesmo tempo
me retira da Noite em que obscuro
permaneço sem nome e até sem rosto
sem forma nem princípio
assim se cala. "
Um poema perfeito! Queria ter escrito isso.
Obrigada,
Sandra.
Um belo poema de autor que não conhecia.
Obrigada.
Um belo poema, digno desta página!
Brijinhos
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