Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.
Mário Cesariny, in Pena Capital
27/03/12
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3 comentários:
Em todas as ruas...belíssimo!
Uma vez mais
o ciclo das marés
Do grande Cesariny, junto-me á homenagem. Comovo-me sempre que leio este poema.
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