14/04/08



Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentada
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancólicamente.

E posso te dizer que o grande afecto que te deixo
Não trás o exaspero das lágrimas nem a fascinação
Das promessas nem as misteriosas palavras dos véus da alma.
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieto, muito quieto
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem
Fatalidade o olhar estático da aurora.

Vinicius de Moraes in Poesia completa e prosa

15 comentários:

Anónimo disse...

Ninguem devia pedir perdão por amar, mas este poema é hiper lindo!!!

hfm disse...

Como gostei de ler e sentir.

Joana Roque Lino disse...

Um beijo. Gostei muito.

Carlos Ramos disse...

Belissimo poema, reflector do teu "senso". Gostei também muito da macro a p/b.

Beijo

Dalaila disse...

viniciues ssempre vinicius

samuel disse...

Vinícius faz parte do grupo de poetas especiais, cujos versos já trazem a música. Aos compositores basta serem capazes de a apanhar no ar...

Abreijo

Maria Laura disse...

Belíssimo poema! Tão doce a sensação que deixa na alma...

un dress disse...

arde!

[e nem sei que

dizer... assim a meio do

dia: nua...






beijO

tchi disse...

E a noite adormeceu de manhã...

Beijinho.

Anónimo disse...

Ah... esse poema é tão lindo...
Bjs,

Joana Roque Lino disse...

um beijo, amiga. obrigada.

avelaneiraflorida disse...

Querida AD ASTRA,

a ternura é tão IMPORTANTE na nossa vida!!!!
Que todos os dias sejam DIAS DE TERNURA!!!!
BJKAS!!!

nana disse...

um sossego,
sim,
só.



..







x

Sky Walker disse...

Lindíssimo este poema...
Amar demais????
Quando é que se Ama demias?????????
Beijo meu

susemad disse...

Ficarei quieta neste pequeno canto... à espera que o meu olhar toque na doce aurora da manhã...