01/05/09


Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

Sophia de Mello Breyner Andresen

3 comentários:

hfm disse...

Quando de vento se veste o mar e o descampado vive-se plenamente a dualidade.

Belíssimo.

~pi disse...

única forma

flexível sedosa e terna

de

viver

( sob o sopro

curva

mente :)





beijo





~

tchi disse...

Planar à última dúvida para dar sustento à vida.