22/07/10

Per Te



Quase de nada místico

Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,

e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:

poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.


de Às Vezes o Paraíso



Ana Luísa Amaral
Anos 90 e agora
Uma Antologia da Nova Poesia Portuguesa

3 comentários:

hfm disse...

Belíssimo, como são os poemas de Ana Luísa.

AC disse...

Hoje é o meu dia de sorte pois, após descobrir o Linha de Cabotagem, chego ao Ad astra.
Respira-se bem aqui, num sítio onde a sensibilidade é preciosidade bem cuidada.

Beijo :)

AC disse...

Sim, deve ser muito este sentir
ao ler: irrompe um enorme desejo
de continuar...

Beijo :)