21/09/07


Se deste outono uma folha,

apenas uma, se desprendesse

da sua cabeleira ruiva,

sonolenta,

e sobre ela a mão

com o azul do ar escrevesse

um nome, somente um nome,

seria o mais aéreo

de quantos tem a terra,

a terra quente e tão avara

de alegria.


Eugénio de Andrade

5 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Ad Astra,

Que bom!!!! nos cantinhos que tenho andado a visitar tenho reencontrado Eugénio de Andrade!!!!!!

Que corrente linda!!!!

BJKs

hfm disse...

Sempre a poésis de Eugénio.

tchi disse...

Bela(s) poesia(s) saí(ram) da pena de ANDRADE. E ficam entre nós, venham os Outonos que ainda há para sentir e gozar.

hfm disse...

Na Cabotagem há notícias daqui.

E. Raposo disse...

Este Eugénio tem cada uma.
Desde quando o ar é azul?
Uma cabeleira sonolenta?
Estou a ficar confusa...
Ahhhhhhhhhhhh (este foi um grito de exaustão mental).