12/11/07

Balada de sempre


Espero
a tua vinda,
a tua vinda,
em dia de lua cheia.
debruço-me sobre a noite
inventando crescentes e luares.
Espero o momento da chegada
com o cansaço e o ardor de todas as chegadas.
Rasgarás nuvens, estradas,
abrindo clareiras
nas sebes e nas ciladas.
Saltarás por cima de mares,
de planícies e relevos
- ânsia alada
no meu desejo imaginada
Mas
enquanto deixo a janela aberta
para entrares
o mar aí além,
lambe-me os braços hirtos,
braços verdes
algas de sonho
- e desenha ironias na areia molhada

Fernando Namora in As frias Madrugadas

6 comentários:

un dress disse...

pensei que só as mulheres esperavam.

afinal...talvez...

talvez não.




~

Gi disse...

e ele espera ...
que os sonhos não se desfaçam como a espuma das ondas ... também acontece !

Beijos

Joana Roque Lino disse...

bela escolha,
bj grande

hfm disse...

Há quanto tempo o não lia!

avelaneiraflorida disse...

Querida Ad Astra,

Esperar...esperar...a eternidade!!!!

Que bom esta (Re)visita a um autor que já não tenho lido desde muito tempo atrás!!
"BRIGADOS"
Bjks

nana disse...

e desenha, desenha teus dedos de alga sobre os meus cabelos



....




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(obrigada por isto! :,o) ...)